Música

8 álbuns que explicam como é ser negro no Brasil

A música sempre foi um instrumento de denúncia e reafirmação da identidade negra, pensando nisso selecionamos 8 álbuns que pautam a negritude no Brasil.

7 min

Nacional

Foto: Reprodução/Internet

A música negra brasileira sempre contou o que muitos livros ignoram. Dos becos da periferia às quadras de escola de samba, esses discos narram dor, fé, orgulho, resistência e alegria como forma de sobrevivência. Mais do que obras importantes da nossa cultura, eles são arquivos vivos de como é ser uma pessoa negra no Brasil.

8 álbuns para ouvir e entender a negritude

Nesta seleção, passamos por Racionais MC’s, Dona Ivone Lara, Gilberto Gil, Baco Exu do Blues, Emicida, Elza Soares, Timbalada e Jorge Ben Jor. Cada álbum é um capítulo dessa história coletiva: do protesto escancarado às sutilezas da poesia, todos ajudam a enxergar o país a partir de um lugar que nem sempre ocupa o centro das narrativas, mas é a base de tudo.

SOBREVIVENDO NO INFERNO – RACIONAIS MC’S

Foto: Reprodução/Internet

Um dos álbuns mais emblemáticos do rap nacional, “Sobrevivendo no Inferno” retrata a realidade das periferias e o cotidiano da população negra. Com letras diretas e urgentes, o disco se tornou documento histórico em forma de música. É a tradução sonora da resistência de uma geração que aprendeu a lutar com palavras. (A capa do álbum inclui uma cruz com a inscrição “Refrigere minha alma e guia-me pelo caminho da justiça ‘Salmo 23 cap. 3′”)

SORRISO NEGRO – DONA IVONE LARA

Foto: Reprodução/Internet

A dama do samba, autoridade máxima e primeira mulher a assinar um samba-enredo, escreveu e foi intérprete de grandes hits que denunciavam ou davam luz à negritude através de sua poesia. “Sorriso Negro”, música antológica brasileira, está neste álbum. Mais do que um disco, é uma celebração da herança afro-brasileira no samba. Dona Ivone faz da suavidade um gesto político e de sua arte, um espelho da ancestralidade.

REFAVELA – GILBERTO GIL

Foto: Reprodução/Internet

Lançado em 1977, “Refavela”, de Gilberto Gil, continua sendo um dos álbuns mais importantes para a música brasileira, em especial a música negra. O disco tem uma grande influência sonora da musicalidade africana. Inspirado por uma viagem à Nigéria, Gil conecta o Brasil à diáspora africana com sensibilidade, sendo um retrato de pertencimento e identidade cultural.

ESÚ – BACO EXU DO BLUES

Foto: Reprodução/Internet

Um mergulho profundo na religiosidade, conflitos, autoafirmação e revolta. Esses são alguns elementos que marcam o álbum de estreia do rapper baiano Baco Exu do Blues. O material lançado conta com samples de artistas brasileiros como Chico Science e Novos Baianos. Em “Esú”, Baco cria um diálogo entre ancestralidade e contemporaneidade, transformando dor em potência.

O GLORIOSO RETORNO DE QUEM NUNCA ESTEVE AQUI – EMICIDA

Foto: Reprodução/Internet

Neste álbum Emicida canta sobre dor, liberdade e esperança. O álbum consolidou hinos de superação e autoafirmação como as músicas “Levanta e Anda” e “Nóiz”. Trazendo a identidade negra como centro, é um manifesto que mistura poesia, crítica social e celebração da cultura periférica. (A capa do álbum traz o texto: “O GLORIOSO RETORNO DE QUEM NUNCA ESTEVE AQUI”)

ELZA NEGRA, NEGRA ELZA – ELZA SOARES

Foto: Reprodução / Twitter

A carreira de Elza Soares é marcada por ousadia, resistência e muito talento. O álbum “Elza Negra, Negra Elza”, lançado em 1980, apresenta 10 faixas que cantam a negritude brasileira. O trabalho exalta a força da mulher negra e a coragem de se reinventar em meio ao preconceito. Elza transforma sua própria história em símbolo de orgulho.

CADA CABEÇA É UM MUNDO – TIMBALADA

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Lançado em 1996, o disco celebra a mistura de ritmos e gêneros da música baiana com uma energia contagiante. A Timbalada exalta a coletividade e o orgulho da cor, neste projeto cada faixa é um convite à valorização das origens e à alegria como forma de resistência.

NEGRO É LINDO – JORGE BEN JOR

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“Negro é Lindo”, de 1971, é um tributo à beleza e ao orgulho negro. O álbum une samba, soul e groove em um som vibrante e afirmativo. Com faixas icônicas como “Cassius Marcelo Clay”, Jorge Ben Jor fala sobre a força da identidade negra. Criado na aba do movimento black power é um clássico que continua atual e inspirador.

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