Cultura

Por que 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra?

Entenda por que 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, se tornou o Dia da Consciência Negra e hoje é feriado nacional, marco da resistência e da luta antirracista.

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Nacional

O Dia da Consciência Negra, celebrado todo 20 de novembro, tem origem na figura de Zumbi dos Palmares, último líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra contra a escravidão no Brasil. A data marca o dia de sua morte, em 1695, e se tornou, ao longo do tempo, um momento de reflexão sobre a luta pela liberdade, a valorização da cultura afro-brasileira e o enfrentamento ao racismo estrutural que atravessa séculos da história do país.
“Numa homenagem ao grande Zumbi dos Palmares, que sonhava com uma sociedade onde negros, brancos, indígenas pudessem viver em parceria.”

Paulo Paim, senador

Do 13 de maio ao 20 de novembro: a escolha de uma nova memória negra

Embora o 20 de novembro tenha relação direta com a memória de Zumbi, sua adoção como referência nacional começou apenas no século XX, especialmente a partir dos movimentos negros organizados. Um dos nomes centrais nesse processo foi o poeta e ativista Oliveira Silveira, integrante do Grupo Palmares, que propôs a data como contraponto ao 13 de maio, considerado por muitos insuficiente para simbolizar a luta negra pela liberdade. A partir daí, o 20 de novembro passou a ganhar força como um dia de reconhecimento da resistência negra e de afirmação política.

Do calendário local ao feriado nacional: a consagração do 20 de Novembro

A popularização da data no país ocorreu gradualmente, impulsionada por organizações do movimento negro, entidades educacionais, universidades e coletivos culturais. A partir dos anos 2000, governos estaduais e municipais também começaram a instituir o 20 de novembro como feriado local, ampliando a visibilidade das discussões sobre desigualdade racial, cultura afro-brasileira e políticas de reparação. O Dia da Consciência Negra passou, então, a ocupar o calendário oficial de diversas regiões antes de se consolidar nacionalmente.

O caminho até se tornar feriado nacional envolveu anos de debate no Congresso Nacional e mobilização de parlamentares e movimentos sociais. Somente em 2023 o feriado foi aprovado em âmbito federal, estabelecendo regras trabalhistas específicas para a data e reconhecendo oficialmente sua importância para a memória brasileira. A oficialização representou um avanço simbólico e político, reforçando que a pauta antirracista faz parte das responsabilidades institucionais do Estado brasileiro.

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