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Enedina Alves Marques, a primeira engenheira negra do Brasil

Conheça a trajetória de Enedina Alves Marques, primeira engenheira negra do Brasil, que desafiou o racismo e o machismo para transformar a engenharia e abrir caminhos para novas gerações

4 min

Nacional

Fotos: Divulgação; Fisenge; Divulgação

Nascida em Curitiba-PR no dia 13 de janeiro de 1913, Enedina Alves Marques foi fruto de uma trajetória de resistência marcada pela origem humilde. Filha de Paulo Marques e Virgília Alves Marques, esta conhecida como “Dona Duca”, Enedina cresceu em um contexto onde poucas meninas negras tinham acesso à alfabetização ou ao ensino superior.
Em 1940, ingressou na Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Paraná, e em 1945 se formou em Engenharia Civil aos 32 anos, sendo a primeira mulher a se formar no estado e a primeira engenheira negra do Brasil.

O início da sua trajetória

Sua caminhada até a engenharia começou cedo, quando foi alfabetizada na Escola da professora Luiza Dorfmund, depois estudou para lecionar e trabalhou em escolas no interior do Paraná. Após a formatura, Enedina deu início a uma carreira pioneira. Em 1946, foi nomeada auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas e, em 1947, foi transferida para o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica do Paraná, onde atuou com destaque no Plano Hidrelétrico do Estado, especialmente na obra da Usina Hidrelétrica Capivari‑Cachoeira, considerada uma de suas grandes realizações. Em uma profissão então dominada por homens e alheia a mulheres negras, ela enfrentou preconceitos, obteve respeito no canteiro de obras e exigiu reconhecimento técnico e humano de sua condição profissional. Também exerceu atividades no levantamento topográfico de canais e na construção de edificações como o Colégio Estadual do Paraná e a Casa do Estudante Universitário em Curitiba.

Fotos: Divulgação; Fisenge; Divulgação

O legado que ela deixou

Mesmo após sua aposentadoria em 1962, quando recebeu do governo proventos equivalentes ao salário de um juiz em reconhecimento à sua obra, o legado de Enedina Alves Marques permanece como marco para a história da engenharia e para a luta por igualdade de gênero e raça no Brasil. Sua vida inspira mulheres e homens a desafiarem limites, a ocuparem espaços inéditos e a transformarem conhecimento e técnica em transformação social.

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