Haroldo Costa nasceu no Rio de Janeiro em 1930 e construiu uma trajetória que atravessou mais de sete décadas de contribuição às artes e à cultura popular no Brasil. Iniciou sua carreira no Teatro Experimental do Negro, grupo pioneiro na luta antirracista e na valorização da arte negra, participando de montagens como O Filho Pródigo e se destacando como protagonista de Orfeu da Conceição, o que o tornou o primeiro ator negro a atuar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Além do teatro, atuou no cinema e, posteriormente, na televisão, fazendo parte da equipe que ajudou a desenvolver a TV Globo desde seu início, dirigindo musicais e programas de auditório e trabalhando com nomes icônicos como Dercy Gonçalves, Chacrinha e Moacyr Franco.
Paralelamente à atuação artística, Haroldo se firmou como uma das maiores vozes do carnaval carioca, apaixonado pela Salgueiro e profundo conhecedor do samba. Como comentarista de desfiles e jurado em eventos como o Estandarte de Ouro, sua análise técnica e amor pela festa ajudaram a consolidar o reconhecimento do samba como expressão cultural e patrimônio popular. Autor de obras fundamentais sobre a história do Carnaval e da cultura afro-brasileira, ele produziu livros que se tornaram referência para pesquisadores e amantes da folia.
Haroldo Costa faleceu no último sábado (13), no Rio de Janeiro, aos 95 anos, deixando um legado que ultrapassa as fronteiras do entretenimento e da crítica cultural. Sua vida foi marcada pela luta contra o racismo e pela dedicação à preservação da memória do samba e das tradições brasileiras. Amigos, familiares e personalidades se reuniram para se despedir dele, ressaltando sua importância como um dos grandes protagonistas da cultura nacional e um verdadeiro guardião da história do Carnaval.
