“Um dia antes da estreia da exposição, o Instituto Guimarães Rosa se encheu de vozes miúdas, risadas curiosas e olhos atentos. Recebemos crianças da comunidade afro-paraguaia Kamba Cuá, convidadas para um encontro que é também um elo entre o Brasil e o Paraguai, o passado e o presente, o sagrado e a matéria. Contamos para elas as histórias dos Orixás; de como Exu abre caminhos, de como Oxum mora nas águas doces, de como Xangô fala pelo trovão“, explica André.
O fotógrafo, junto à curadora da mostra, Mai Katz, trocaram conversas e risadas com adultos e crianças afro-paraguaias, firmando laços através da arte. “Enquanto falávamos, elas (as crianças) ouviam atentamente para depois desenharem, ao modo de cada um, os Orixás. Os quinze desenhos agora integram a exposição, como parte viva dela; porque o axé se multiplica quando é compartilhado”, conclui.
Em cartaz até o dia 30 março de 2026, a mostra ‘Candomblé’ é um marco internacional da cultura afro-brasileira, em conexão com o Paraguai. A presença dos desenhos das crianças e a integração das séries fotográficas transformam a mostra em um espaço vivo de memória, arte e educação, que celebra a ancestralidade e fortalece a compreensão da diversidade cultural no continente sul-americano.