Cultura

Retratistas do Morro celebra 10 anos transformando Aglomerado da Serra em galeria a céu aberto

Pela primeira vez, o projeto faz uma exposição em seu território de origem, com lançamento no dia 20 de dezembro, às 14h, e ocupa as ruas da comunidade com seis fotografias monumentais de moradores.
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Vinícius

Redator

Nacional

O coletivo Retratistas do Morro celebra dez anos de atuação com a exposição “Retratistas do Morro – Território de Memórias”, a primeira grande mostra realizada dentro do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, onde o projeto nasceu. A abertura acontece no dia 20 de dezembro, com programação gratuita que inclui celebração comunitária e caminhada guiada pelas obras instaladas nas ruas da comunidade.
A exposição ocupa o território com seis fotografias monumentais, em formato outdoor e com até nove metros de altura, retratando moradores da Serra a partir de imagens históricas, raras e inéditas. As fotos são assinadas pelos fotógrafos João Mendes e Afonso Pimenta, que desde os anos 1960 registram o cotidiano local, transformando a favela em uma galeria a céu aberto de memória e reconhecimento coletivo.

Os retratos destacam cenas marcantes da vida comunitária, como os bailes soul dos anos 1980, celebrações familiares e registros de estúdio feitos para documentos e afetos pessoais. Cada imagem carrega relatos dos próprios retratados ou de suas famílias, reforçando o valor simbólico, afetivo e histórico dessas fotografias para a construção da identidade local.
Criado em 2015, o Retratistas do Morro investiga, preserva e difunde a fotografia produzida dentro das favelas, reunindo um acervo de cerca de 250 mil negativos. Reconhecido nacional e internacionalmente, o projeto atua na conservação de arquivos, na memória oral e na educação cultural, contribuindo para a valorização da produção visual afro-diaspórica e para a reescrita da história da imagem no Brasil.

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